quarta-feira, 27 de março de 2013

Dissertar e Tesar

Ora cá está mais uma temática interessantíssima para debater no TdM. Sim porque este blog é livre e debatem-se teorias e conteúdos altamente interessantíssimos não apenas para a comunidade científica como também para a culura geral.

Para os mais sensíveis, calma. Este blog é sério e é composto por pessoas igualmente sérias, por isso nada de ordinarices nem vão ser colocados aqui qualquer conteúdos abusivos ou chocantes.

Mas a verdade é que ao longo da nossa vida e dependendo do perfil de cada um ora podemos dissertar ora podemos tesar.

Tome-se em consideração que neste post até a ordem das coisas é extremamente importante, pois primeiro disserta-se e apenas depois se tesa (falarmente falando lê-se «tésa»).

Pode parecer disparatado mas não o é.  Olhemos com atenção para o meio académico.
Para a obtenção do grau de mestre numa instituição de ensino superior sempre foi necessária a realização de uma dissertação, sendo que uma coisa leva à outra e pumba logo é necessário dissertar, pois a elaboração de uma dissertação sem dissertar não é boa dissertação.

Se P então Q está para a filosofia, também se Doutoramento então Tese está para o 3º Ciclo do mundo académico.

À primeira vista parece estranho mas faz todo o sentido até porque todos nós somos mestre, mestre disto, mestre daquilo, mestre do outro, enfim... Por isso surgiu assim a expressão "... mas estás para aí a dissertar o quê?".

Já o tesar não é para todos, porque tesar implica ser doutor e apesar de haver muitos por cá, não há assim tantos. Há pois é.

Mas porque é que tesar parece tão estranho? É estranho devido ao seu grau de complexidad, senão atentemos com cuidado e uma vez mais ao mundo académico.

o doutoramento só pode ser concluído por aqueles que demonstrem:

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a) Capacidade de compreensão sistemática num domínio científico de estudo;

b) Competências, aptidões e métodos de investigação associados a um domínio científico;

c) Capacidade para conceber, projectar, adaptar e realizar uma investigação significativa respeitando as exigências impostas pelos padrões de qualidade e integridade académicas;

d) Ter realizado um conjunto significativo de trabalhos de investigação original que tenha contribuído para o alargamento das fronteiras do conhecimento, parte do qual mereça a divulgação nacional ou internacional em publicações com comité de selecção;

e) Ser capazes de analisar criticamente, avaliar e sintetizar ideias novas e complexas;

f) Ser capazes de comunicar com os seus pares, a restante comunidade académica e a sociedade em geral sobre a área em que são especializados;

g) Ser capazes de, numa sociedade baseada no conhecimento, promover, em contexto académico e ou profissional, o progresso tecnológico, social ou cultural.
"

Daqui já se pode ver a exigência deste, mas e não querendo ser parcial nesta análise (realça-se que não estou a dissertar nem a tesar) veja-se agora com atenção as necessidades a quem se destina o mestrado onde dissertar é o prato do dia:

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a) Possuir conhecimentos e capacidade de compreensão a um nível que:
i) Sustentando -se nos conhecimentos obtidos ao nível do 1.º ciclo, os desenvolva e aprofunde;
ii) Permitam e constituam a base de desenvolvimentos e ou aplicações originais, em muitos casos em contexto de investigação;

b) Saber aplicar os seus conhecimentos e a sua capacidade de compreensão e de resolução de problemas em situações novas e não familiares, em contextos alargados e multidisciplinares, ainda que relacionados com a sua área de estudo;

c) Capacidade para integrar conhecimentos, lidar com questões complexas, desenvolver soluções ou emitir juízos em situações de informação limitada ou incompleta, incluindo reflexões sobre as implicações e responsabilidades éticas e sociais que resultem dessas soluções e desses juízos ou os condicionem;

d) Ser capazes de comunicar as suas conclusões e os conhecimentos e raciocínios a elas subjacentes, quer a especialistas, quer a não especialistas, de uma forma clara e sem ambiguidades;

e) Competências que lhes permitam uma aprendizagem ao longo da vida, de um modo fundamentalmente auto-orientado ou autónomo.
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Esclarecidos, sim? Não?

Digam a vossa justiça e contribuam para este grande debate.

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